Recarga de Extintores em SP

Em meados do século XVII, a cidade de Londres sofreu um incêndio de grandes proporções, ocasionando grande perda material e ceifando muitas vidas, além de deixar sequelas físicas e psicológicas, que abalaram profundamente a sociedade inglesa e, em particular, a londrina.

Há relatos históricos, que um padeiro adormeceu enquanto assava os pães, e não se sabe como, iniciou-se um incêndio que em função do tipo de construção da época, empregando grande quantidade de madeira e casas e edifícios muito próximos, facilitaram o alastramento do incêndio que foi rápido e vigoroso deixando um grande rastro de destruição.

Como tudo que acontece há o lado bom e o lado ruim, o lado ruim ficou evidenciado pelas perdas humanas, materiais e ambientais. O lado bom, é que a quantidade imensa de ratos, que é o vetor da chamada peste bubônica, praticamente foi eliminada.

Em função desse acontecimento, o governo da época elaborou e promulgou a primeira lei urbana de segurança contra incêndio. Esse fato foi tão marcante na sociedade inglesa, que desde então, pessoas foram preparadas e equipamentos desenvolvidos para dar suporte técnico e regulamentar à lei promulgada. Essa postura do governo e do povo inglês ensejou leis similares em outros países europeus e em outras partes do mundo, servindo como exemplo de boas práticas de proteção e combate a incêndio durante séculos.

Qual foi a minha surpresa, como estudioso do assunto, que numa zona nobre de Londres, em pleno século XXI, um edifício residencial foi objeto de um incêndio pavoroso com dezenas de vítimas fatais, sequelas psicológicas e físicas, desnudando uma frágil fiscalização para o cumprimento das leis de prevenção e combate a incêndio.

Embora, até o presente momento, as autoridades competentes não tenham emitido um relatório final sobre as causas do ocorrido, alguns fatos saltam os olhos, por exemplo, alguns moradores, há algum tempo, já vinham queixando-se de falhas na segurança contra incêndio a quem de direito. Acrescentando-se a esse fato, ficou evidenciado que o revestimento externo do edifício não era retardante de fogo e, pasmem, a diferença de preço deste para um apropriado gira em torno de dois euros por metro quadrado. Um recente levantamento do governo inglês evidenciou que há mais de seiscentos edifícios com a mesma configuração construtiva quanto ao revestimento externo. Certamente, diante desses dados, as autoridades competentes promoverão as ações corretivas pertinentes.

É custoso acreditar que uma escola secular de segurança contra incêndios pôde se nivelar, neste episódio, com estruturas de países ditos do “terceiro mundo”, onde na grande maioria das vezes, os profissionais de proteção e combate a incêndio são vitimados por uma odiosa ausência de infraestrutura adequada e uma humilhante escassez financeira.

Do exposto, fica claro que a globalização não é efetiva só para a ampliação dos tentáculos da indústria e nas profícuas relações comerciais em nível mundial, de forma reversa também contribui para a degradação de muitas instituições que participam desse cenário com as consequências já conhecidas e deploráveis.

Concluindo, espero que esse espírito de “globalização” reverta a sua direção e o lucro desenfreado, aliado à ausência de comprometimento franco com a segurança, seja banido e a segurança das pessoas, do patrimônio e do meio ambiente sejam blindadas com a postura humana desejável e que o povo e os dirigentes ingleses e as outras nações possam tirar desse desastre uma lição em que o cumprimento às leis e a vigília constante possam mitigar os efeitos maléficos de um incêndio. Os princípios de incêndio possam ser identificados rapidamente e combatidos com eficiência evitando sua propagação visando minimizar, e se possível, eliminar definitivamente perdas humanas, sequelas físicas e psicológicas e perdas materiais e ambientais.

Essa afirmação, que soa como uma utopia, já se avizinha com o incremento da nano tecnologia, tornando diversos materiais com baixíssima propagação de incêndio e mínima emissão de fumaça, que é a grande vilã no número de mortes nos incêndios.

Waldir Pereira

Consultor


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